login:     Senha:   

Trabalhadores em greve em defesa dos salários, e da saúde da população

Os jornais estão em uma campanha contra a onda de greves que abala o serviço público federal. Por isso o jornal do comerciário nesta edição abre espaço para que os trabalhadores em greve expliquem os motivos de sua luta, coisa que os patrões e governos recusam-se a fazer, para poder atacar e desmoralizar a luta. Entrevistamos Alessandra Camargo, trabalhadora em greve do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), militante da CSP-Conlutas, a mesma central sindical do Sindicato.


Foto: Jornal do Brasil

 

Por que os trabalhadores da saúde resolveram entrar em greve?

Alessandra: Os servidores da saúde federal no RJ decidiram em assembleias (realizadas no início de julho) a deflagração da greve no setor por tempo indeterminado. Essa mobilização é parte da resposta unificada do conjunto funcionalismo federal à política de reajuste zero e cortes de direitos implementadas pelo governo Dilma, como o avanço das privatizações, expressa pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp).

 

Qual a principal reivindicação?

Alessandra: A saúde atualmente possui os mais baixos salários do executivo federal. Nesse sentido, a pauta prioritária, é a equiparação de nossa tabela salarial à do seguro social. Além disso, estão na pauta de reivindicações as 30 horas semanais para todos os profissionais em saúde, sem redução salarial, contra a privatização expressa pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e em defesa do Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) que até hoje não existe em nossa carreira.

 

Como está o apoio da população, ou de organizações como o sindicato da categoria?

Alessandra: A população usuária do sistema público de saúde sofre cotidianamente com o sucateamento e a falta de investimentos. O governo usa o dinheiro que não gasta na saúde para assegurar o lucro dos empresários. E para enriquecer os banqueiros com os juros de uma dívida contraída sem autorização do povo brasileiro. Enquanto isso, no início do ano, fez o maior corte orçamentário do setor, 5 bilhões, de um orçamento já restrito. A população embora se sinta prejudicada pela greve, compreende que a saúde precisa parar para funcionar melhor, e que apenas com o apoio popular será possível conquistarmos uma saúde pública, 100% estatal, gratuita e com qualidade.


Com relação ao sindicato, seu empenho esta aquém do necessário. O processo de greve da saúde federal vem sendo construído na base, por uma jovem vanguarda, recém-chegada no serviço público (último concurso, de 2005) que vê nessa greve a possibilidade de melhorar suas condições salariais e de trabalho, ou seja, é a possibilidade de um futuro melhor.

 

O governo já acenou com alguma resposta?

Alessandra: A resposta do governo Dilma foi atacar o movimento com várias medidas de repressão: corte de ponto, desconto nos salários e decretos de substituição de grevistas. Apesar da truculência do governo, as medidas repressoras não conseguem dobrar o movimento, que continua forte e consegue ainda mais adesões, e já é o maior desde 2003 (quando houve a mobilização contra a reforma da previdência).

O governo Dilma se baseia em dois argumentos centrais para sua intransigência. Um deles é reconhecer que há uma forte crise econômica internacional, que vai se refletir no Brasil, e por isso é necessário impor um controle fiscal e limitar os gastos. Apesar disso, continua concedendo isenções fiscais para as grandes empresas com a suspensão do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e revertendo quase 50% do PIB para o pagamento de juros das dívidas públicas. Ou seja, quer jogar nas costas dos servidores públicos a prevenção da crise.


A outra justificativa, tão absurda quanto a primeira, é de que não há defasagem nos salários, porque, segundo o governo, nos dois mandatos de Lula, houveram concessões com aumento real nos salários do funcionalismo federal, apesar da defasagem salarial de parte das categorias em greve.
Infelizmente estamos diante do governo do Partido dos Trabalhadores, que não dialoga e tão pouco governa para os trabalhadores.

 

Qual a perspectiva do movimento daqui pra frente?

Alessandra: No setor da saúde já temos uma vitória política. O funcionalismo da saúde federal se levanta para lutar após mais de uma década de imobilismo. Contudo queremos também uma vitória econômica que se expressará pela equiparação de nossa tabela salarial a do seguro social. Queremos a valorização do serviço público e do servidor público da saúde federal.

 

 

COMERCIÁRIO: Consulte seu
Agendamento de Homologação


Clique aqui para se filiar


 

STCNI - Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Nova Iguaçú e Regiões
By: Fernanda Gonçalves