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1º Encontro Nacional de Negras e Negras da CSP-Conlutas é sucesso com a presença de 1.500 pessoas

Fonte: CSP-Conlutas;

Encontro aprova resoluções sobre campanha contra a violência racista na Copa e sobre a organização dos Negros e Negras da CSP-Conlutas

A abertura do 1º Encontro Nacional de Negras e Negros da CSP-Conlutas, que ocorreu neste domingo (23), no Sindicato dos Metroviários de São Paulo, foi emocionante. As cerca de 1.500 pessoas que lotaram o plenário mostraram sua determinação e disposição e unidade para dizer “Chega racismo, exploração e dinheiro para a Copa”.

 

O membro do Quilombo Raça e Classe e também do Setorial de Negros e Negras da CSP-Conlutas, Wilson Honório, antes do anúncio da composição da mesa de debates, saudou os presentes. Disse que simbolicamente a mesa era composta também personalidades históricas da luta contra o racismo, machismo, e de luta contra as opressões. Entre os nomes citados, estavam Zumbi dos Palmares, Rosa Park, Solano Trindade. Também lembrou dos que tombaram recentemente e se tornaram símbolo da luta contra o racismo e contra o machismo, como Claudia e Sandra  e tantos outros.  

A mesa foi composta pelo representante do Moquibom do Maranhão, Antonio Lambão, pela integrante Luta Popular, Helena Silvestre, pelo dirigente do Andes-SN, Gean Santana, representando a CSP-Conlutas, Julio Condaque, do Quilombo Raça e Classe e Tamiris Rizzo,  o integrante da Frente Nacional em Defesa do Território Quilombola,  Nelson Morale,  a representante da Comissão Organizadora do Encontro  Maristela Farias, e a representante do GT de Negros do Sinasefe, Eugênia Tavares Martins.  

Gean foi mediador da mesa e também saudou a todos dizendo que sentia grande emoção em participar dessa atividade, considerada por ele, histórica.

Compartilhou da mesma opinião o membro da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas, Julio Condaque. O dirigente resgatou seu histórico de mais de 25 anos de militância. “Para nós que temos mais tempo de luta esse encontro representa um marco. Podem ter certeza que nós incomodamos o governo”, ressaltou.  

Lembrou-se de sua militância desde 2001 quando a entidade que fazia parte se desfiliou da CUT, e  da importância da reorganização e seu fortalecimento. “Hoje, essa reorganização sela um desafio que foi o espaço de unidade de ação. De unificar todos os lutadores contra a copa e contra o racismo. Por isso esse encontro vai apontar uma direção”, frisou.  

A integrante do Luta Popular, Helena Silvestre, com a voz embargada pela emoção parabenizou a todos pela realização do Encontro. “A emoção é muito forte. Nós não queremos só trabalhadores aqui, mas também que deem espaço para os oprimidos. Somos nós que estamos submetidos a todo o tipo de exploração e opressão. Somos aqueles que são transformados em mercadoria. Temos que disputar nossos espaços. A nossa cultura de resistência para que os negros possam se reconhecer na sua história que é a história da classe trabalhadora”, disse emocionada.  

A luta dos povos quilombolas foi salientada pelo integrante do Moquibom do Maranhão, Antonio, que fez a exigência da necessidade da titulação dessas terras. Criticou o governo que em sua avaliação está sucateando o Incra. “Mas estamos lutando e desde 2005, são mais de 100 entidades, para ajudar nossos irmãos. Nosso foco principal é luta pelos territórios livres. Nos unimos a entidades e a povos como a  CSP-Conlutas, Quilombo e  Anel e para lutar por educação, saúde, transporte, mas fundamentalmente também queremos as terras tituladas  para plantar, não queremos bolsa do governo”, completou.

Tamiris também muito emocionada falou em nome do Quilombo Raça e Classe sobre os recentes casos de racismo. “Choramos pela morte de Claudia. Mas estamos aqui resistindo respondendo contra o racismo”, disse. Citou também os outros casos de racismo, como os do pedreiro Amarildo, justiceiros.  

A representante do Quilombo Raça e Classe também criticou a Copa  que colocou uma lente de aumento para o racismo que ocorre no país há quatro séculos. Criticou o PT de Dilma e Lula que em dez anos de governo tem uma dívida com negras e negros do país.  “Não foi capaz de acabar com a desigualdade entre negros e não negros. Ainda ganhamos 30% a menos do que os não negros. Mas isso ocorre porque o governo privilegia empresário e banqueiros e não os trabalhadores negros e negras”, destacou. Segundo ela, no país morrem em média 150 negros por dia.  

“Vamos organizar os negros a para assumir sua negritude sob a perspectiva de raça e classe. Trabalhadores garis, operários do Comperj e rodoviários deram o exemplo. Nós, negros, que vivemos essa exploração e racismo temos a  tarefa histórica de sermos vanguarda na classe trabalhadora”, reafirmou, também emocionada.  

A representante do Sinasefe, Eugênia fez uma saudação a todos os presentes e abordou a importância de se fazer nos sindicatos a discussão sobre o racismo. “Entendemos a importância dessa luta que precisa ser cíclica. A educação é a base. Trabalhar a questão racial e desmascarar o mito da democracia racial, leis que prejudicam os negros, e lidam com as opressões”, pontuou.  

Nelsinho da Frente Negra Quilombola também destacou a importância da educação para combater o racismo. “Tivemos um avanço nesse sentido nas comunidades quilombolas. Uma das vertentes é com a questão da educação, fizemos um trabalho para acabar com o analfabetismo”, destacou. Ao final, homenageou sua mãe que tombou e “não pode ver em vida o seu quilombo titulado”, completou: “é em sua memória que vamos fazer a luta. Axé a todos os quilombos”, finalizou.  

Logo em seguida, a mesa abriu para as saudações de representações de diversos segmentos. Garis de Niterói, indígenas da Aldeia Maracanã, companheiros do Comperj, e as representações internacionais da África do Sul.  

O companheiro Rasta do Comperj informou que sairia fortalecido daquele encontro. “Travamos uma luta contra o sindicato pelego eles podem me matar, mas a luta continua. Amanhã vamos fazer uma paralisação junto com as mulheres que trabalham na cozinha”, disse. Uma trabalhadora da cozinha fez o uso da palavra e disse que vai lutar junto com os operários do Comperj. “Sem a gente o Comperj não vai andar. Nós mulheres decidimos que amanhã nossa luta vai continuar”, disse.  

O gari Luiz Fernando também deu sua contribuição “estou nessa luta, pois quero estar junto aos negros e negras e alcançar o que é de cada um de nós”.

As representações da África do Sul do movimento estudantil, Thando Manzi, e o representante da organização sindical dos metalúrgicos NUMSA , Hlokoza também saudaram o plenário.  

Thando  disse que estava feliz por estar ali. “Estou feliz em estar participando desse capitulo da historia e levar comigo hoje esse momento. Nós somos parte dessa luta internacional que também tem cor”, disse.  

Hlokoza falou que o racismo sobre  o regime democrático é algo que acontece de forma velada. E finalizou, “precisamos acabar com o sistema capitalista, não vamos esperar mais 500 anos para ter o mesmo salários que os brancos”, disse.  

As saudações também foram feitas pelos militantes da Anel, do MML, setorial LGBT, da Anel que também fizeram saudações ao plenário.  

Além de representantes das organizações  LRS, LER e POR. Todas as falas convergiram na importância do combate ao racismo e na unidade de todos para combatê-la.  

Ao final, Julio pediu um minuto de silencio em homenagem a todos os negros  que tombaram. Ao final entoou junto com o plenário:  

Todos, presente! Todos, presente! Todos, presente!  

Em seguida a mesa de abertura saudou os presentes que se reuniram em 13 grupos de trabalho.  

Veja no site da CSP-Conlutas as resoluções do Encontro.

 

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STCNI - Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Nova Iguaçú e Regiões
By: Fernanda Gonçalves