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13 de Maio, dia da Abolição da Escravidão: Farsa ou Tragédia?

Por Paulo Thomé.

 

13 de maio de 1888, essa data pouco lembrada e agora muito repudiada, nos faz lembrar que o Brasil a exatos 126 anos, aboliu uma das formas mais abomináveis de exploração que à história da humanidade presenciou que foi escravizar um ser humano. Só que esse ser era negro e sua origem era à África. Princesa Isabel à redentora e à lei Aurea são personagens supervalorizados e pouco estudados fazem parte de uma peça cujo enredo é pura farsa ou tragédia. Farsa por causa que à lei junto com a abolição não veio com nenhuma contra partida, “liberdade” sem terra, educação e indenização, enfim cada negro(a) ficou literalmente sem eira e sem beira. A tragédia é por conta da Lei Aurea que deveria ter como pressuposto mudar as condições de vida dos descendentes de escravos, porém passado mais de um século em que a lei entrou em vigor, nada mudou nas condições de vida dos descendentes do povo escravizado, ainda nas favelas e nos subempregos, recebendo os piores salários e tendo suas vidas terminadas precocemente por tiros de arma de fogo.

Lembrando também que o Brasil foi um dos últimos países do mundo a erradicar tal violação, nós povo negro não nos libertamos dos elos da escravidão ainda. Crescimento desigual e manutenção do abismo social, exemplo disso pode ser visto pelos dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Um ano antes do PT chegar ao poder, enquanto o “Brasil branco” ocupava a 47ª posição entre as nações mais desenvolvidas, o “Brasil negro” estava na 107ª posição do ranking. Dez anos depois, esse abismo continua praticamente o mesmo, como revelou a pesquisa feita em 2009: as condições de moradia, saúde, educação e saneamento básico da população branca a colocaram no 40ª lugar no ranking, enquanto os negros permaneceram na 104ª posição. Outros índices que demonstram o descaso e ineficácia das políticas raciais do petismo são ainda mais trágicos. Segundo dados do Seppir (Secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) , vivemos em um país onde a cada 25 minutos um jovem negro, de 15 a 24 anos, morre de forma violenta. O número é um absurdo por si só, mas a cumplicidade dos governos petistas em relação a este genocídio é ainda mais grave. Em 2002, morriam 45,8% mais negros que brancos nesta faixa etária. Praticamente no mesmo período (entre 2002 e 2008), enquanto o número de vítimas brancas caiu em 22,3%, entre negros o índice subiu em 20,2%.


Para além da violência física, a cumplicidade dos governos petistas com a manutenção do abismo racial se revela particularmente nas condições de vida da população negra. Segundo o IPEA, em 2010, 63% dos negros e negras viviam abaixo da linha de pobreza, uma situação explicada pelo fato de que , ao optar por governar com a burguesia, os governos petistas mantiveram a essência do racismo: a combinação entre opressão racial e exploração capitalista.


Uma realidade que pode ser constatada com um único dado: em 2010, enquanto a média salarial dos brancos chegava a R$ 1.538,00, a de um negro não passava de R$ 834,00 e a de uma mulher negra era pouco maior que a metade disto.

A nossa luta é de Raça e Classe, estamos ao lado daqueles que são afetados por um modelo econômico, que atende os interesses dos ricos, e que colocam negras e negros como seres humanos de segunda classe, pauperizados dentro de um cotidiano de excluídos, marginalizados, banalizados pelo “mito da Democracia Racial” em suas necessidades, e naturalizado em seus destinos.

Este é o papel da ideologia capitalista que explora e legitima seus ideais racistas e machistas com ideias falsas de que negros(as) são de incapacidade intelectual e sem beleza estética, que usa do apoio da mídia através da TV, cinema, revistas e moda, impondo o padrão de beleza europeia à nossas mulheres. E para destruir essa ideologia nossos aliados são homens e mulheres da classe trabalhadora, da periferia, da luta quilombola e indígena, negros ou brancos , heterossexuais ou homossexuais, todos aqueles que acreditam que nossa libertação e conquistas só podem ser alcançadas por um movimento independente de governos e patrões e ao lado dos demais setores oprimidos. Nossa luta tem Palmares, João Cândido o Almirante Negro, e têm também Dandaras, Anastácias, Rosas, Maria s Congas, a nossa luta tem a resistência e a rebeldia das Haitianas que resistem a mais de 9 anos à truculenta ocupação militar do Brasil no Haiti!

(Fontes: SINDCONIR, Manifesto Nacional do Movimento Raça e Classe/ Movimento Mulheres em Luta/ ANEL e ILAESE- Os motivos da revolta popular: um balanço crítico do governo PT.)

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STCNI - Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Nova Iguaçú e Regiões
By: Fernanda Gonçalves